Poeta Hosmá Passos e artista plástico Flávio Artes restauram e identificam personagens do Monumento aos Cassacos, em Piancó

O poeta e militante cultural Hosmá Passos promoveu, no dia 19 de novembro de 2025, a restauração e a identificação nominal dos personagens retratados no Monumento aos Cassacos, localizado na Praça do Cassaco, em Piancó, Sertão da Paraíba. O trabalho foi realizado em parceria com o pintor e letrista Flávio Artes, também da cidade.

A ação contemplou a recuperação do letreiro da quadra dedicada ao poeta Bastos Andrade, autor do poema O Flagelado, que traz versos emblemáticos sobre a figura do retirante nordestino, como:

“Não tenho nome, seu moço:

Apesar de batizado,
Só me chamam retirante
Ou entonce flagelado. ”

IDENTIDADE RECUPERADA - O idealizador da iniciativa, Hosmá Passos decidiu inserir no monumento os nomes dos dois sertanejos homenageados na obra, até então não identificados: Antônio Pepino da Silva e seu filho Cícero Pepino dos Santos. Para isso, convidou e remunerou o artista Flávio Artes, responsável pela pintura das inscrições.

HISTÓRIA DOS MONUMENTOS - Erguido em 1967, o Monumento aos Cassacos foi criado a partir de uma iniciativa do engenheiro Guilherme Dantas Vilar, então funcionário da Sudene, durante o período de forte estiagem no Sertão. A escultura, de cerca de dois metros de altura, é de autoria do artista plástico Armando Larsden Lacerda, de Recife, e foi inaugurada pelo governador João Agripino, na gestão municipal de Gil Galdino.

A obra homenageia trabalhadores rurais envolvidos nas frentes de emergência, especialmente na construção da estrada Piancó/Santana dos Garrotes, executada pelo DER-PB e financiada pela Sudene, entre 1966 e 1967. Antônio e Cícero, naturais de Catingueira, migraram para Piancó em busca de sobrevivência durante a seca e tornaram-se símbolos da resistência e do esforço do povo sertanejo.

O monumento destaca elementos característicos do trabalho braçal no período: roupas rasgadas, ferramentas como chibanca e pá, e a expressão de esforço dos trabalhadores.

*Observação: as ações começaram no dia 19 de novembro e terminaram no dia 28 de novembro. 

 Texto: Poeta e militante cultural Hosmá Passos.

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