
Lula antecipa R$ 10 bi para estados e municípios e mais R$ 2,3 bi para o FPM; A compensação das perdas no ICMS depende da aprovação do Congresso, que analisa o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023
Lula: “Vamos garantir que o FPM não seja menor do que em 2022, no mínimo, igual. Esse é o compromisso do governo”.

“Eu quero comunicar aos prefeitos brasileiros que tomamos uma decisão no governo, e eu posso garantir a cada prefeito que ninguém receba, em 2023, menos o FPM do que recebeu em 2022”, afirmou Lula, nas redes sociais. “É um compromisso do governo federal. Mandamos uma medida para ser votado no Congresso Nacional, e eu quero que os prefeitos saibam a importância de que a gente dá a todos os prefeitos, porque é o prefeito que enfrenta o maior problema, e nós vamos garantir que o FPM não seja menor do que em 2022, no mínimo, igual. Esse é o compromisso do governo”.
O anúncio das medidas foi feito na terça-feira (12) pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “Tivemos uma reunião agora com o presidente Lula para discutir com ele um apoio necessário aos municípios brasileiros por conta da queda de arrecadação, que é resultante das medidas do governo anterior”, disse Padilha aos jornalistas, na saída do Palácio da Alvorada.
“Ao contrário das mentiras espalhadas pelos bolsonaristas, o governo Lula não vai deixar nenhuma prefeitura receber menos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2023 ”, afirmou a presidente do PT Nacional, Gleisi Hoffmann, por uma rede social. “Uma medida foi enviada ao Congresso Nacional garantindo que o valor será maior do que 2022. Prioridade de Lula é o povo”, frisou um parlamentar.
O ministro se referiu à sanção, por Jair Bolsonaro, em 2022, de duas leis complementares que alteram a cobrança do ICMS . Com a medida, passaram a ser considerados itens essenciais como diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, e foi estabelecido um teto para a cobrança de ICMS sobre esses produtos e serviços. A ideia era reduzir os preços, em especial os dos combustíveis, num ano eleitoral. Como foram obrigados a reduzir as alíquotas, os estados registraram perdas de receitas, o que afetou também os municípios.
A compensação das perdas no ICMS depende da aprovação do Congresso, que analisa o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023, de autoria do Executivo. Na terça-feira (12), Padilha se reuniu com o relator da proposta, deputado federal Zeca Dirceu (PR), que é líder do PT na Câmara; o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), e representantes de associações de municípios. Foi negociada a inclusão, no projeto, da antecipação, para este ano, da compensação de R$ 10 bilhões que seria feita só em 2024.
Desse montante, R$ 7,5 bilhões são destinados aos estados, e R$ 2,5 bilhões, aos municípios – embora o ICMS seja um imposto estadual, a queda da arrecadação afetou as prefeituras. Ao todo, a compensação prevista no projeto é de R$ 27 bilhões até 2026.
Foi negociada também a inclusão, no PLP, de um artigo que garante a compensação da queda do FPM dos meses de julho, agosto e setembro. “Isso representa cerca de R$ 2,3 bilhões. Ou seja, vai ter uma parcela extra do governo federal que compensa essa queda dos últimos três meses, ajudando os municípios a tocar suas ações na área da saúde e habitação”, ressaltou o ministro Padilha.
O FPM é uma transferência constitucional da União, composta de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo com o número de habitantes de cada um. Esses repasses são fundamentais para que as prefeituras atendam às demandas da população, em diferentes áreas.
O texto em análise na Câmara dos Deputados formaliza acordo entre os governos federais e estaduais, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em junho. O líder José Guimarães adiantou, em coletiva de imprensa, na terça-feira (12), que, além da compensação das perdas relativas ao FPM dos meses de julho, agosto e setembro, os municípios poderão receber outros repasses extras caso os valores de 2023 inferiores aos do ano passado.
“Esse auxílio é emergencial para esses três meses, mas, se por alguma razão, os municípios tiveram perdas anualizadas, de janeiro deste ano a dezembro deste ano, nós vamos pegar o janeiro de 2022 a dezembro de 2022 e comparar. Se você tiver perda, terá alguma coisa a mais para ajudar os municípios”, assegurou o deputado.
Ele disse ainda que está sendo negociado com o relator Zeca Dirceu a inclusão, no projeto, de uma cláusula que obriga os estados a repassarem os recursos de compensação das perdas de ICMS aos municípios.
“Obrigatoriedade que os estados terão que fazer quando eles receberem a indenização do ICMS, nos termos da decisão do Supremo. Os estados também deverão passar para os municípios de 25%. Porque as informações que temos é que aqueles estados que recebemos, que negociaram à parte, não foram repassando para os municípios”, afirmou. “Então, vamos colocar no projeto de lei que o Zeca é relator alguma cláusula obrigatória, evidentemente com um texto bem razoável, para que os estados também repassem para os municípios”.
Notícias Falsas
Em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (13), o relator do projeto, Zeca Dirceu, destacou que, ao contrário do que dizem como fake news espalhadas por bolsonaristas, não houve redução dos repasses do FPM em 2023 na comparação com 2022, mesmo com a queda de arrecadação dos municípios em julho, agosto e setembro. Ele também falou sobre o acordo que fez com o governo para incluir, no projeto, uma espécie de “gatilho” para recompor possíveis perdas de arrecadação.
“Esse recurso a mais do FPM é necessário porque, em julho, agosto e setembro, apesar de, no ano, não ter queda, mas, nesses três meses, a queda dos valores repassados pelo FPM foi muito grande, também em razão de medidas obrigações no ano passado, na véspera da eleição. Algumas que inflaram a arrecadação e outras que diminuíram a arrecadação que têm impacto apenas neste ano de 2023”, disse o deputado.
“Nós vamos colocar um gatilho também para tranquilizar prefeitos, prefeitas, para evitar pautas-bombas na Câmara dos Deputados, que, se, ao final de 2023, se comprovar, mesmo com esses repasses adicionais, que ainda assim o Fundo de Participação dos Municípios Caiu, o governo federal faria um novo repasse de FPM”, pontudo.
Os esclarecimentos do relator são importantes para desmentir uma avalanche de mentiras disseminadas pelo bolsonarismo com a intenção de criar um ambiente de intriga entre o presidente Lula e os prefeitos. Prática reiterada da extrema direita, o uso de notícias falsas, quase que invariavelmente, é feita para esconder erros de seus próprios representantes, a exemplo das medidas eleitoreiras de Bolsonaro cujos prejuízos aos municípios o governo Lula se esforçou para reverter.
oblogdepianco.com.br com informações do Site oficial do PT
Lula antecipa R$ 10 bi para estados e municípios e mais R$ 2,3 bi para o FPM; A compensação das perdas no ICMS depende da aprovação do Congresso, que analisa o Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/2023
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setembro 14, 2023
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