O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, ressaltou que a entidade defende o piso salarial nacional de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e de parteiras, contudo afirmou que os prefeitos têm revelado preocupação sobre como esse novo valor será pago pelos municípios que não dispõem de recursos suficientes. Para isso, a Federação juntamente com a Confederação Nacional de Municípios (CNM) está trabalhando para garantir o apoio da União com repasses para essa finalidade.
O impacto da adoção do piso salarial nacional para a categoria será de R$ 22,5 bilhões ao ano a partir 2021, podendo chegar a R$ 24,9 bilhões em 2024, conforme estimativa do Ministério da Saúde.
George explicou que a atuação das entidades municipalistas agora é para incluir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 11/2022, que tramita no Congresso, a transferência do valor nominal do piso por parte da União, a exemplo do que já acontece com os pisos dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.
“Precisamos de uma garantia incluída na PEC que tramita no Senado. Muitos parlamentares dizem que através da PEC estará sendo definida a fonte de recurso, mas não é bem assim. O texto atual da Proposta não estabelece nenhuma garantia de recurso para os Entes locais e isso não pode ficar assim, solto. Os municípios precisam de garantias”, afirmou George Coelho.
O presidente da Famup disse ainda que é importante o apoio de cada prefeito e dos presidentes de entidades microrregionais para que entrem em contato com os senadores de suas respectivas bancadas com o objetivo de pressionar os congressistas na inserção no texto que estabelece a transferência do valor do piso para os municípios na PEC que está em tramitação.
Entenda
Pelo texto aprovado pelos parlamentares, o valor mínimo inicial para os enfermeiros será de R$ 4.750, a ser pago nacionalmente tanto em hospitais públicos, quanto em privados. Nos demais casos, o piso será proporcional: 70% do piso dos enfermeiros para os técnicos de enfermagem e 50% do valor para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras.
Além do impacto na saúde pública, muitos especialistas afirmam que a medida também atingirá os planos de saúde, que elevarão os preços das mensalidades, e também as Santas Casas e hospitais filantrópicos, que já encontram dificuldade para custear as atuais despesas e também irão precisar de mais recursos.
Para virar lei, o projeto precisa ainda da sanção do presidente Jair Bolsonaro, que já sinalizou que irá assinar favorável ao texto aprovado.
oblogdepianco com Assessoria
Famup apoia novo piso da enfermagem, mas defende complementação da União aos municípios
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maio 19, 2022
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