A Coluna Prestes em Piancó; 09 de fevereiro é feriado na cidade em memória dos que tombaram tentando defender a cidade dos "Revoltosos"

A marcha desencadeada de 1924 ao inicio de 1927, que percorreu 24 mil km e teve como denominação Coluna Prestes, constituiu-se na maior da historia, mais extensa ate que o movimento do tipo, promovido por Mão Zedong nos primórdios da revolução comunista chinesa. A Coluna Prestes formada, em sua maioria, por dissidentes do Exército e comandada pelo tenente Luiz Carlos Prestes, pretendia derrubar o poder constituído, arregimentando seguidores em todas as regiões brasileiras, com conflitos registrados nos Estados de Pernambuco, Bahia, Piauí, Ceará, Maranhão, entre outros. O descaso da Administração d Presidente Washington Luiz para com os nordestinos era a bandeira de luta dos revoltosos. O grupo rebelde utilizava-se de forças para conseguir a sua manutenção. Tomava alimento se outros pertences das comunidades, notadamente onde não encontrava resistência policial, apregoando tal atitude como um direito de sobrevivência. Esse comportamento revoltava os saqueados e provocava o abandono das casas de famílias incluídas na rota dos seguidores Prestistas, como passaram a ser conhecidos.

Na Paraíba a penetração do grupo revolucionário foi pacifica a exceção de sua chegada em Piancó, que ocorreu no dia 09 de fevereiro de 1926. Antes, porém, quando do acampamento em Coremas, coube ao Capitão Pires fazer o reconhecimento d aproxima cidade que, de acordo com informações previas, não obstacularia a passagem da marcha. Acabou sendo surpreendido em um piquete coordenado pelo sargento arruda, alvejado com tiros de rifles, saindo ferido e presenciado a morte de seu cavalo. Esse fato provocou a ira do Q. G. acampado que de pronto decidiu por uma varredura completa, sem piedade contra a localidade em evidencia.

Piancó dispunha apenas de 12 praças um cabo, um sargento, 30 paisanos e 2 oficiais ( Manuel Marinho e Antonio Benicio). O governador do Estado João Suassuna, solicitou ao deputado Pe Aristides, chefe político do município, que convocasse a população e se unisse às forças policias, na defesa do lugar. Em telegrama enviado ao parlamentar, o Chefe do Executivo Estadual informou que o grupo dos rebeldes era reduzido, faminto, sem munição suficiente e que um grande reforço policial estava sendo encaminhado ao Vale para se unir a resistência. Um dia antes do ataque o Padre dividiu as forças disponíveis em quatro grupos instalado sem pontos estratégicos. Sobre o clima vivido na referida data, o historiador João Francisco, faz a seguinte citação: “ Era anoitecer do dia 08 de fevereiro de 1926 em Piancó. Quase cessando o movimento de pessoas nas ruas da Vila. Duvida e apreensão absoluta pairava na mente de todos. Ao longe os cães latiam como que estivessem anunciando a chegada de uma pessoa estranha ou a partida de seu dono. Na Sala Principal da casa, residência do Padre e Família, os mosquitos circulavam as lâmpadas que iluminava o ambiente tenso. Sentados em circulo, o prefeito João Lacerda, seu filho Osvaldo Lacerda, Manoel Clementino ( escrivão do então distrito do Aguiar), Hostilio Gambarra ( distribuidor em juízo), Pedro Inácio Liberalino, José Ferreira e o Padre Aristides Ferreira da Cruz. Falava-se pouco, sempre conversas entrecortadas, nunca um dialogo demorado. Entra na sala uma senhora, de aspecto servil e em silencio, distribui café e chá aos presentes. Era dona Quita, senhora do padre e mãe dos seus quatros filhos então adolescentes: Jorge, Sebastião, Aristides e Joanita.

Diante do fato a história registra a resistência dos piancoenses, liderado pelo padre Aristides, contra os homens da Coluna. Neste dia 09 de fevereiro a cidade relembra a morte de todos com feriado e missa para todos os que tombaram no confronto.

SANTA MISSA
Dia 9 de fevereiro de 2020 (domingo)

Local: Igreja Matriz de Santo Antonio, Piancó - PB
Horário: às 07h00

INTENÇÃO:
94 anos da morte do Padre Aristides Ferreira da Cruz e defensores de Piancó, por ocasião da passagem da Coluna Prestes nesta cidade, em 9 de fevereiro de 1926.

SUFRÁGIO DAS ALMAS:
Padre Aristides Ferreira da Cruz, José Ferreira da Cruz, João Lacerda Moreira de Oliveira (ex-Prefeito de Piancó), Osvaldo Lacerda Moreira de Oliveira, Manoel Clementino de Souza, Antonio Clementino de Souza, Rufino Soares, Jovino Quelé, Hostílio Gambarra, Joaquim Ferreira da Silva, José Lourenço, João Lourenço e Antonio Leopoldo.

oblogdepianco.com.br
Com informações de Otávio de Sá Leitão
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